Adam Levine fala sobre Rock in Rio para o jornal O Globo

Faltando pouco mais de 5 meses para o show do Maroon 5 no Rock In Rio, Adam Levine concedeu uma entrevista por telefone para o jornal O Globo, onde falou sobre a participação da banda no festival em 2011, quando substituíram o rapper Jay-Z, e as suas expectativas como headliner do festival esse ano. Além disso, o vocalista também falou sobre o que podemos esperar para o novo álbum do Maroon 5, que ainda está em fase de gravação. Leia a matéria completa:

Adam Levine e companhia estão de volta. Seis anos após substituir, de última hora, o rapper Jay Z na programação do Rock in Rio de 2011, o Maroon 5 será um dos carros-chefes da sétima edição do festival na cidade em que foi criado, em 1985. O grupo sobe ao Palco Mundo em 16 de setembro, dia que terá ainda shows de Fergie, Shawn Mendes, Skank, entre outros. Apesar das turnês intensas pelo mundo — a banda fez sete shows no Brasil no ano passado, todos com ingressos rapidamente esgotados —, Levine lembra com carinho da experiência no festival:

— Nós entramos meio que de penetras, porque teve essa situação com o Jay Z, e, quando chegamos ao festival, não conseguimos acreditar naquilo. Para começar, tinha uma multidão de pessoas lá. Nós tocamos antes do Coldplay, que fez um show memorável, e nunca tínhamos sentido nada como aquilo — derrete-se o pop star, em entrevista ao GLOBO, por telefone. — O Rock in Rio é um daqueles festivais em que qualquer adolescente sonha em tocar um dia. Todo mundo conhece. E, agora, estamos voltando como headliners!

Em sua nova aventura pela Cidade Maravilhosa, o Maroon 5 vem divulgar o repertório — ou parte dele — de seu sexto álbum de estúdio, que ainda não tem nome e nem data de lançamento confirmados. Escorregadio, Levine evita dar muitos detalhes do novo disco (“vai ser incrível, é tudo o que posso dizer”) e não confirma se o trabalho vai sair antes do show por aqui.

Até agora, dois singles foram divulgados pela banda. O primeiro, “Don’t wanna know”, com participação do badalado rapper Kendrick Lamar, já pode ser considerado um sucesso: lançado em outubro, o clipe, inspirado no game “Pokemón Go”, já foi visto 230 milhões de vezes no YouTube. O mais recente, “Cold”, que conta com Future, outro nome da moda no universo do rap, vai pelo mesmo caminho: em um mês, a faixa foi ouvida 60 milhões de vezes no Spotify.

— Eu estou tentando… Ou, melhor, a banda está tentando basicamente fazer o oposto do que as pessoas esperam de nós. Eu adoro “Cold” porque ela não é mais uma daquelas músicas pop gigantes que normalmente nós fazemos. Ela tem uma pegada meio melancólica, obscura. Claro que ainda é uma música pop, mas tem um tom diferente — explica Levine, que diz ter se inspirado no início da carreira solo de Sting para criar tal clima soturno e sensual (ou “uma vibe bem cool”, como descreveu) na canção.

O astro rasga elogios ao americano Future, que, recentemente, alcançou um feito inédito: emplacou dois álbuns diferentes — “FUTURE” e “HNDRXX” — no topo das paradas americanas em semanas consecutivas:

— O Future é demais. Ele realmente é o cara, e trouxe, provavelmente, os melhores versos que algum artista já adicionou para nossas músicas. Considero que fomos sortudos por tê-lo nesse momento de sua carreira. Nós já fizemos dezenas de colaborações com outros artistas, trazendo públicos diferentes para nossas músicas, e sempre considero isso uma sorte, porque não teve uma única vez em que não funcionou. Especialmente quando trazemos artistas diferentes, como Future e Kendrick, que nos apresentam uma perspectiva completamente diversa para as músicas.

ÁLBUM “NÃO CONCEITUAL”

Mas não tente prever, por “Don’t wanna know” e “Cold”, como será o novo álbum do Maroon 5. Segundo o líder da banda, não há nenhuma semelhança entre os dois singles e as demais canções que eles estão preparando.

— Por que teria? Por que iríamos querer que tivesse? (risos) Eu gosto de pensar em cada canção como uma obra única, então todas são diferentes. E acho que um dos grandes trunfos do Maroon 5, assim como um objetivo constante da banda, é estar sempre fazendo coisas diferentes, testando, toda vez. Eu não quero nunca fazer a mesma coisa duas vezes — afirma Levine, mostrando-se contrário à onda de “álbuns conceituais” da indústria.

Criado em Los Angeles, em 1994, sob o nome de Kara’s Flowers (que durou até 1997), o Maroon 5 pode ser considerado, desde 2005, quando ganhou o Grammy de revelação do ano, um dos principais grupos da música pop mundial. Formada por Levine (voz e guitarra), James Valentine (guitarra), Jesse Carmichael (teclado e guitarra), Mickey Madden (baixo), PJ Morton (teclado) e Matt Flynn (bateria), a banda acumula hits a cada novo trabalho lançado. O último, “Sugar”, do álbum “V” (2014), por exemplo, ficou mais de 20 semanas nas paradas de sucesso americanas e já teve 600 milhões de reproduções no Spotify — seu clipe, que viralizou por trazer a banda invadindo festas de casamentos de desconhecidos, aproxima-se da marca de 2 bilhões de visualizações.

A concorrência é forte, como os números deixam claro, mas, ainda assim, o público brasileiro tem um lugar especial na memória do sexteto americano. Na entrevista, Levine pede para avisar aos fãs brasileiros que eles são “os melhores do mundo” e que é aqui que todos os integrantes da banda ficam mais empolgados em tocar.

— Honestamente, ficamos mais ansiosos para voltar ao Brasil do que para qualquer outro lugar do mundo. O Brasil é um lugar selvagem, sempre saímos extasiados. O Rock in Rio de 2011 foi uma das experiências mais memoráveis das nossas vidas, e mal podemos esperar para participar desse festival de novo.

Mas, afinal, o que o público queridinho da banda, que lotou os shows da turnê do Maroon 5 no ano passado, pode esperar de diferente para a apresentação no Rock in Rio?

— Nós vamos para arrebentar e nos divertir ainda mais do que no ano passado — garante o vocalista galã, de 38 primaveras completadas ontem.

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