Jordan Feldstein, empresário do Maroon 5, dá uma entrevista para a Billboard

O empresário do Maroon 5, Jordan Feldstein, deu uma entrevista para a Billboard comentando sobre sua história com a banda e outros artistas. Você pode conferir a entrevista abaixo:

Billboard: Você se lembra da primeira vez que ouviu o Maroon 5?
Jordan Feldstein: O Adam, que eu conhecia há muito tempo, me convidou para o estúdio. Claro, ele se atrasou e eu fiquei lá com um engenheiro musical que tocou Not Coming Home e eu fiquei “NOSSA!”. Sendo sincero, eu nunca gostei da Kara’s Flowers, o que era uma coisa punk pop. Mas quando eu ouvi o que acabou se tornando o Songs About Jane, ele tinha uma influência urbana diferente que realmente me tocou.

B: Como você se tornou o empresário do Maroon 5?
JF: Eu comecei a acompanhá-los. Eles estavam assustados de ter um empresário de 21 anos que tinha acabado de sair da faculdade mas eu continuei a ajeitar algumas coisas, cuidando deles, levando eles para jantar. Até que eu os convenci. Aí, nós começamos a divulgar a banda, fazendo show atrás de show. Finalmente, a Octone fechou contrato com eles. Acho que eles devem ter ganhado 3 mil dólares com isso.

B: Isso foi em 2001. Sete anos depois, a gerência do Irving Azoff comprou parte da CAM. Por que isso foi o melhor para você naquele momento?
JF: A princípio, eu hesitei porque quando o Maroon 5 realmente começou, várias empresas de empresários chegaram até mim, mas eu queria tentar o meu modo e sentir como aquilo seria. Quando o Irving apresentou a idéia de comprar parte da minha empresa, meu nome e identidade, foi tentador. Foi a primeira oferta que fez sentido, onde eu não seria só mais uma engrenagem de uma máquina. E eu aprendi muito com ele.

B: O que ele te ensinou?
JF: Retorne todas as ligações, responda todos os e-mails… E eu realmente admiro como ele é tão poderoso mas ao mesmo tempo consegue manter relacionamentos e tratar as pessoas com respeito. Todos são seus amigos, todos vão até sua casa para jantar e receber conselhos. Ele é duro, e protege seus clientes como ninguém, mas ele faz isso de uma forma que todos saiam ganhando.

B: Qual obstáculo você teve que vencer em sua carreira?
JF: Como tive sucesso muito novo, acho que falhei em saber lidar com ele, tendo o poder de gerenciar uma banda como o Maroon 5. Eu não era um membro do time. Eu era arrogante. Agora, mais velho, percebo que não é todo álbum que será um Songs About Jane, tenho melhor perspectiva. Sou muito mais aberto para ouvir o que um cliente quer.

B: As vendas do Maroon 5 aumentaram desde que o Adam deixou de compor sozinho. Esses co-autores são responsáveis? E o que isso significa para os membros da banda?
JF: Aqui está o problema: Adam é ocupado demais. Nós filmamos o Begin Again e só isso já é um milagre. Ele sentado numa sala com os outros membros da banda não vai acontecer. E eu acho que a banda percebeu que trazer autores de fora tira um pouco da pressão, porque escrever todas as músicas, para o Adam, é um processo muito estressante. Eu acho que chega um momento da vida em que você pensa “Não tenho mais 20 anos e pode ser que não saiba mais escrever música para adolescentes”.

B: O Adam está em Begin Again, filme que acabou de ser indicado ao Oscar com a canção Lost Stars. Existem planos para o Adam se aprofundar como ator?
JF: Quando ele tiver tempo e for a coisa certa. Nós não fazemos tudo que aparece. Estamos tentando um papel em alguma comédia porque ele é muito engraçado.

B: O The Voice tem caído um pouco nos últimos anos. O que ele tira dessa experiência, após oito temporadas?
JF: Ele ama o programa. E há tantas coisas boas que saem dele. A NBC o chamou para apresentar o Saturday Night Live, para estar no Golden Globes. Nós temos uma produtora na NBC… Eles tem feito coisas de um valor tão grande, de uma perspectiva de negócios. E obviamente, dinheiro não machuca.

B: Tendo dito isso, as vendas musicais caíram drasticamente enquanto serviços de streaming subiram muito. Você consegue enxergar esse impacto em seus artistas?
JF: Sim. E eu me preocupo com as gravadoras. Estou nesse ramo e tenho uma parceiro na Interscope Records. Eu quero fazer tudo que posso para que eles não sejam afetados negativamente. Mas da minha perspectiva, quero que todos possam ouvir o álbum. Porque quando eles fazem isso, eles compram ingressos, camisetas, a linha de roupas do Adam, seu perfume… qualquer coisa que vendemos para subsidiar o que os cds faziam.

B: Robin Thicke também é um cliente seu que teve seus altos e baixos. Como você enxerga a carreira dele?
JF: Será que Paula foi o melhor feito comercial? Obviamente não. Mas foi algo que Robin tinha de fazer. E não é sempre que um artista tem de provar alguma coisa. Eu respeito a decisão dele de lançar o álbum naquele momento. E eu amo o Robin, pessoal e profissionalmente. Acho que ele é incrível e subestimado no mercado. E agora, estamos no mesmo de um álbum que acredito ter vários hits. Ele está num ótimo momento.

B: Existem planos de expandir a CAM?
JF: Se algo aparecer, apareceu. Não sou agressivo nesse ponto. Amo os clientes que tenho agora e não preciso que novas peças atrapalhem isso.

B: A empresa perdeu alguns clientes também, como Sara Bareilles.
JF: Ninguém gosta de ser demitido. Não foi uma experiência divertida. Sara é uma pessoa que eu acompanhei quando ela tocava em alguns locais pequenos de Westwood. Às vezes não dá certo, principalmente comigo, que sou uma pessoa que gosta de expor idéias. Você terá minha opinião sincera e várias pessoas não querem isso.

B: Seu irmão é uma estrela de cinema, seu pai cuida de finanças de artistas e um dos seus amigos mais próximos é uma celebridade global. O que você acha da fama?
JF: Não é para mim. Eu odeio qualquer tipo de atenção, e admiro como eles se dão bem com isso. Mas amo estar ao redor deles. Então, de certa forma, eu tenho a posição mais invejada porque eu tenho 90% do que eles tem, mas não tenho que lidar com isso como eles.

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