James Valentine fala sobre sua relação com Lincoln e Songs About Jane em nova entrevista

Nesta terça-feira, 4, a turnê #M5OnTheRoad faz uma parada em Lincoln, Nebraska, que promete ser especial para o guitarrista James Valentine.

O músico aproveitou o caminho para um jogo beneficente de tênis com os irmãos Bryan para contar, por telefone, sobre sua relação com a cidade natal, o início da sua carreira como músico e também o novo show para o jornal Journal Star, de Lincoln. Leia o texto na íntegra:

THE TONIGHT SHOW STARRING JIMMY FALLON -- Episode 0519 -- Pictured: (l-r) James Valentine performs with The Roots on August 24, 2016 -- (Photo by: Andrew Lipovsky/NBC)

James Valentine dirigiu pela Rodovia 101 do Domingo passado até Camarillo, Califórnia, para jogar um pouco de tênis — com os irmãos Bryan, a melhor dupla do mundo.

O guitarrista do Maroon 5 estava a caminho de um evento de caridade produzido pelos irmãos, jogando em frente a um público com Mike Bryan contra Nate Ruess do Fun e o irmão gêmeo de Mike, Bob.

“Os irmãos Bryan tem uma banda e tocam,” disse James em seu carro. “Eu vou lá e troco aulas por aulas. Eu diria que eles são melhores guitarristas do que eu sou tenista. O que eles fazem na quadra é ridículo — sair e jogar com eles é incrível. É cansativo. Eles nunca erram.”

Valentine nunca imaginou que seria uma celebridade que jogaria tênis com algumas estrelas do esporte quando trocou Lincoln por Los Angeles há 16 anos.

“Eu realmente não imaginei,” disse. “Eu achava que seria muito diferente. Minha idéia era vir aqui para LA e me tornar um músico profissional. Eu queria ser um músico de sessão quando esses empregos existiam – não existem mais esses empregos. Eu achava que se eu conseguisse fazer isso, eu seria muito feliz. Então conhecer esses caras, fazer tudo que fizemos, tem sido além de qualquer expectativa que eu tinha.”

Esses caras são o Maroon 5, a banda que Valentine entrou um ano depois de se mudar para a Califórnia com a sua banda de Lincoln, Square.

O álbum de estreia do Maroon 5 lançado em 2002, “Songs About Jane”, se tornou o “hit do milênio,” virando platina em 2004 com a força do hit single “Harder To Breathe.” O Maroon 5 ganhou o Grammy de artista revelação naquele ano, o primeiro de três Grammys. Agora já venderam mais de 20 milhões de cópias dos seus cinco álbuns e turnês ao redor do mundo.

A mais recente parte dessa turnê para na Terça no Pinnacle Bank Arena e vai trazer Valentine para sua cidade natal, agradecido que sua banda sobreviveu no turbulento mundo musical.

“Nós nos sentimos sortudos de ainda estar por perto,” disse Valentine. “O mundo se tornou muito pop. É um mundo completamente diferente da época que eu peguei numa guitarra nos anos 90. Você ainda ouvia bandas com guitarras no rádio. Nós conseguimos nos manter por vários motivos diferentes.”

Esses motivos começam com a evolução constante do som do Maroon 5, um processo que começou quando Valentine conheceu os garotos que tinham um grupo chamado Kara’s Flowers.

“Eu estava na platéia quando aquilo começou, eles começaram a entrar no soul/R&B do ‘Songs About Jane’,” continua. “Antes disso eles eram basicamente uma banda power pop. Você literalmente podia ver no público a divisão. Algumas pessoas não gostavam nada daquilo, algumas amavam. Agora isso é visto como o som clássico do Maroon 5 que alguns fãs gostariam que nós voltássemos a fazer…”

“Se você preferir o som do ‘Songs About Jane’ ou você gostar mais do electro-pop que estivemos fazendo, você não pode dizer que fizemos o mesmo cd várias vezes.”

Outr motivo para a popularidade constante do Maroon 5 vem através do vocalista, Adam Levine, que tem sido um técnico do “The Voice” desde que o programa de talentos da NBC começou, em 2011.

“O ‘The Voice’ realmente ajudou as pessoas a entenderem quem nós somos e colocar nomes em várias músicas que eles deveriam conhecer,” explica. “Ajudou as pessoas a ligarem os pontos. Infelizmente, na atmosfera superlotada da mídia, você precisa se sobressair. Eu acho que isso realmente nos ajudou.”

As mudanças musicais mais recentes do Maroon 5, entretanto, migraram do soul/R&B de guitarras que destacavam Valentine para músicas mais contemporâneas e pop.

“Meu ego sentiu quando nós começamos a entrar mais no material eletrônico,” disse. Mas eu acho que todas essas coisas acontecem em ciclos e podem acontecer novamente. Isso me levou a entrar mais na produção e explorar formas diferentes de fazer música.”

Isso também levou Valentine para projetos paralelos, como a banda JJAMZ, que ele trabalha quando o Maroon 5 está de folga.

“Estou tentando voltar para isso e continuar de onde parei,” ele disse. “Desde que eu criei minha guitarra com a (fábrica) Ernie Ball, eu estive voltando para esse universo, voltando para a minha tribo, que é a dos nerds de guitarra.”

Os nerds podem comprar a guitarra criada por James Valentine em suas lojas locais. “Isso é algo que eu nunca imaginei,” disse.

Usando os conselhos de seu amigo John Mayer, que o disse para usar guitarras, amplificadores e outros equipamentos que ele gostasse, Valentine negou diversas oportunidades de patrocínio. Então ele conheceu Brian Ball, o CEO da Ernie Ball na matriz da marca de instrumentos em Coachella, na Califórnia.

“Eu tenho uma longa história com a Ernie Ball,” Valentine conta. “Ela começou ainda em Lincoln. Eles fizeram o Battle of the Bands que a Square ganhou e nos levou para LA.”

Ball ofereceu a Valentine a chance de criar uma guitarra, e ele aceitou.

“Depois de uma primeira reunião onde jogamos algumas idéias, ver alguns dos projetos que criamos, eu realmente me animei,” disse. “Nós vimos 12 protótipos diferentes. Se tornou um ótimo instrumento. Eu basicamente criei a guitarra que eu precisava para o serviço. Ela se tornou uma ferramenta útil para mim e será para outros, eu acho.”

Os cerca de 15.000 fãs que verão a banda em Lincoln na Terça, verão Valentine tocar suas guitarras Ernie Ball – em frente de, sem dúvidas, a maior platéia para a qual ele já tocou em sua cidade natal – bem maior que as 50 a 300 pessoas em boates que ele tocava antigamente e mais do que o dobro do número que lotou o Pershing Center quando o Maroon 5 se apresentou lá anteriormente.

Mas os números exatos não significam muito para Valentine. Ou o tamanho da platéia – pelo menos em um nível de arenas.

“Depois de uma certa quantidade de pessoas, é tudo que seu cérebro consegue processar,” diz. “Realmente depois de 200 pessoas, tudo meio que parece a mesma coisa. Eu juro por Deus que fico mais nervoso com shows menores do que em nossos shows em arenas. … Quando você consegue fazer contato visual com todo mundo no público, é aí que fico nervoso.”

O show de terça feira será o segundo de nove shows que irão encerrar a temporada de 2016 de shows da banda. E será cheia de sucessos, conta Valentine.

“Você vem para um dos nossos shows e, mesmo que você não seja um grande fã, você reconhece a maioria das músicas,” disse. “Nós temos sido realmente bons em colocar músicas que as pessoas se identificam. Eles se identificaram e sobreviveram ao teste do tempo. Essa é a coisa mais importante. A única parte triste é que eu queria poder tocar músicas menos conhecidas, para os fãs mais fervorosos. Mas esse é o grande problema que temos. As pessoas esperam ouvir os singles, e nós temos 90 minutos inteiros de singles.”

Para Valentine, o show de Terça abriu uma rara oportunidade para retornar para Lincoln – mesmo que por menos de 24 horas.

“Eu queria que tivéssemos mais tempo,” disse. “Eu queria um tempo para dar uma volta, caminhar pela Sheridan Boulevard, o caminho que eu fazia com os jornais e andar de bicicleta até o Pioneers Park. Sinto uma sensação estranha quando volto para Lincoln. Está no meu DNA. Quando eu sonho, tudo ainda acontece em Lincoln. É quase psicodélico…”

“Eu não vou tanto para Lincoln quanto gostaria, porque minha família se mudou. Eu os odeio por isso. Eu sinto saudades das vezes que voltava para casa e passava um tempo com a família e passava um tempo em Lincoln, essa é a minha cidade natal. Eles todos agora vivem em Utah e quando eu vou lá é meio que ‘Eu não sou daqui.'”

Valentine provavelmente terá mais tempo com seus velhos conhecidos em Abril, quando ele fará parte da Orquestra de Jazz de Nebraska em um show no Lied Center. Essa apresentação, segundo Valentine, é uma das formas que ele pode agradecer à cidade e às pessoas que o fizeram se tornar quem é.

“Eu tenho muito orgulho de ser de Lincoln e eu me sinto orgulhoso da cena musical que tivemos,” conta. “Foi um ambiente fértil para que eu pudesse me desenvolver como músico e me preparar para as oportunidades que viriam.”

Valentine creditou seu desenvolvimento musical aos professores, como Bob Krueger e Peter Bouffard, que trabalham com a Orquestra Jazz de Nebraska, estando nos arredores do Saddle Creek Records durante seus primeiros anose apresentações no Zoo Bar, Duffy’s Tavern e Knickerboxers.

“Tinha muita coisa legal acontecendo no Nebraska,” explica. “Se você tirar isso eu acho que não teria feito nada. Eu sou grato por ter crescido lá. Você conhece Nate Walcott, não é? Ele agora é o tecladista do Red Hot Chilli Peppers. Conhecendo ele desde a terceira série e vindo com ele pelo mesmo sistema, é difícil tomar crédito demais. Nate está fazendo a mesma coisa. Nós crescemos da mesma forma.”

Depois de 40 minutos no telefone, Valentine estava chegando em Camarillo, e recebeu uma ligação de um dos Bryans perguntando quando ele chegaria.

Novamente, ele ficou maravilhado com o fato de uma criança de Lincoln que só queria tocar guitarra, acabou tocando com Stevie Wonder durante o Grammy e cerimônia dos Oscars e jogando tênis com os Bryans.

“Ainda é dificil de acreditar. Para promover a guitarra, eu toquei com o The Roots no Fallon (‘The Tonight Show with Jimmy Fallon’). Aquilo foi maravilhoso e muito divertido. Eu tenho alguns desses momentos todo ano que eu preciso me beliscar.”

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